De certo ponto de vista, o
mais geral possível – na verdade, transcendental, pois é
universal e necessário –, o estudo da vida coincide com o viver
inteligente da própria vida. Quer isto dizer que o mesmo estar vital
do ser humano é um estar que necessariamente implica que se
pense o que se está sendo.
Talvez seja esta a grande
distinção entre o que constitui o ser humano como ser humano e tudo
o mais, que, tanto quanto se sabe, não dispõe de qualquer forma de
pensamento deste tipo, precisamente o tipo reflexivo.
Assim, deste ponto de vista, a
biologia coincide com a mesma vida vivida e pensada enquanto e como
vivida pelo ser humano que a vive.
Tal forma geral de pensamento
começou, como muitas outras das mais fundamentais, com o mito.
Assim, encontramos no mito, não apenas nos mitos chamados
ocidentais, mas universalmente distribuídas, formas de reflexão
mítico-narrativa acerca de isso que é viver, como absoluto próprio
e a nada redutível.
Note-se que tais formas de
pensamento não são algo de arcaico, no sentido de ultrapassado
definitivamente, mas persistem nos dias de hoje, constituindo a
grande maioria dos sistemas de interpretação acerca do que a vida
é, mesmo na biologia chamada científica, que não consegue
libertar-se totalmente de formas míticas, antigas ou modernas.
Assim, não só não é rara,
como é extremamente abundante, a consideração da realidade cósmica
total como algo de animado, isto é, de vital e de vivo: o cerne
ontológico do ser é dado segundo formas de vida – próximas ou
distantes daquelas observadas no concreto da realidade comum – que
são, em si mesmas, o repositório vital e vivo – super-vivo,
híper-vivo – de toda a possibilidade não apenas de vida, mas de
toda a forma ontológica possível. Por tal, miticamente, tais
super-vidas fundamentais são consideradas divinas e os deuses são
isso que se confunde essencial e substancialmente com a mesma vida em
sua plenitude.
Assim sendo, a vida surge
nestas formas narrativas de reflexão não como fruto de uma qualquer
evolução material, sendo a própria matéria que é, também ela,
fruto das necessidades próprias da vida, pelo que a relação
aparece invertida relativamente ao que é a hodierna vulgata
biológica: é a materialidade que resulta da combinatória da vida e
não esta última que resulta daquela.
A oposição não poderia ser
mais extrema, tendo consequências importantíssimas para o modo como
se encara a vida, o seu papel, o seu estudo, a sua dignidade e o seu
futuro.
Para o pensamento mítico, a
vida é, então, algo de sagrado e o sagrado recebe o seu sentido
último daquilo que a vida é como isso que se opõe absolutamente à
não-vida, indiscernível do nada.
Este sentido do absoluto
insubstituível da vida implicava que a sua defesa tinha de ser feita
a todo o custo, mesmo que fosse necessário o sacrifício parcial da
vida: apenas este sentido absoluto da vida pode explicar cabalmente a
necessidade, sentida em certas culturas, de sacrifícios vitais,
especialmente os humanos. Não se tratava de um capricho, mas de
sacrificar uma parte, considerada insignificante perante a grandeza
absoluta de um todo sem
alternativa possível.
A transição para uma forma
de pensamento mais marcado racionalmente acompanha a mutação geral
operada pelos chamados pensadores helénicos pré-socráticos. O
cosmos passa a ser considerado como algo que possui em si mesmo uma
forma ordenante própria irredutível.
Este princípio próprio, que
não tem de ser estritamente imanente, mas que já não é da ordem
de uma narratividade personificada, assume modalidades propriamente
materiais ou também materiais. Assim, se se assume, por exemplo, o
ar (Anaxímenes de Mileto, fisiólogo) como princípio ontológico
fundamental universal, a vida não pode deixar de ter este princípio
como seu princípio próprio. E assim para todos os outros casos.
A vida passa a ter uma
dimensão intra-mundana própria, irredutível a uma entidade
meramente fruto de uma narratividade simbólica, mágica, sagrada,
teológica. A dimensão física da vida passa a ter uma importância
incontornável.
No entanto, temos de ter em
consideração que o termo «física» não tem o mesmo valor
semântico que assume no nosso tempo. Assim, para estes tempos
antigos, a física é o domínio de isso que tem movimento, que se
transforma, que evolui, que se diferencia e que se diferencia com e
segundo um princípio próprio, em parte autónomo, de movimento. O
resto ou não é, de todo, ou pertence a um outro domínio, o daquilo
que é, mas não se move, o domínio da metafísica. Como sabemos, o
exemplo mais acabado deste ser imóvel é o «motor imóvel», de
Aristóteles.
Interessante é perceber que
este motor imóvel pode ser visto como uma pura forma de vida apenas
auto-referente e sempre plena, pelo que não tem de se «mover»,
dado que já não há perfeição que não possua. O tema da vida
como máximo possível e real de ser e do ser retorna, agora de uma
forma já racional.
Esta recondução a algo que
lembra uma intuição presente no mito não representa uma negação
da racionalidade emergente ou um retrocesso, mas assinala o que é o
ápice da grandeza ontológica que o ser humano experimenta em sua
mesma realidade: que forma de ser superior à vida tem como
experiência própria sua o ser humano? Não é a vida vivida e
pensada a forma mais alta de experiência que se possui? Há, na
experiência humana, uma qualquer outra forma de experiência mais
alta, uma qualquer forma de realidade mais elevada que tenha
experimentado ou possa vir a experimentar?1
É segundo e no seio deste
ambiente metafísico e físico geral que Aristóteles funda a ciência
da biologia. Esta não surge como mais uma ciência desgarrada –
algo que Aristóteles nunca fez –, mas como mais um elemento
heurístico dedicado à descoberta do «logos» geral e particular do
cosmos. Se há uma parte do cosmos que é diferenciada pelo estar na
forma da vida – o que quer que isso seja, pois é isso que há que
investigar –, então, é necessário que haja uma ciência adequada
a esse mesmo estudo, isto é, ao estudo da vida enquanto vida, no
seio do mundo da natureza, do mundo do movimento: esta nova ciência
é a biologia.
Na sua amarração cosmológica
geral, a vida participa de uma dimensão material, pelo que a
biologia tem de ter uma vertente material. Mas a vida não é apenas
matéria, sem mais, pelo que a biologia tem de ter uma vertente que
procure perceber o que é isso de próprio que a vida tem e que a
diferencia de uma mera mecânica material. É nisto que a biologia
aristotélica se diferencia fundamentalmente da nossa hodierna, não
em ser «qualitativista». Trata-se da biologia real enquanto forma e
matéria em ligação substantiva e do seu estudo científico, não
de uma redução da vida a uma mera mecânica qualquer.
Para Aristóteles, o tratado
da vida não é o tratado da mecânica dos corpos inexplicavelmente
animados, mas o tratado da relação da matéria com isso que a
transcende e a faz mover, em absoluto. Por outras palavras, é o
tratado da relação entre a física da matéria e a física do que
transcende a matéria.
Estranhamente, no recente
estudo das relações entre a «matéria e o espírito», encontramos
um ressurgimento desta temática, fundamental para a definição
lógica posterior do que é uma bioética. Tal percebe-se bem, se
pensarmos que, se a vida nada mais for do que um mero arranjo efémero
de entes puramente materiais, então, não tem e não pode ter grande
importância ontológica, pois mais não é do que lixo
cósmico adiado e
nada mais, para além do prazo de adiamento: para quê
preocuparmo-nos com lixo adiado?
A crueza destas palavras é
terrível, mas a redução de toda a vida a esta materialidade
irredutível faz de toda a vida algo de insignificante, pois não tem
futuro algum: por mais que subsista temporal e materialmente como um
todo – dado que individualmente não tem qualquer relevância senão
como mero elemento de um todo, para que contribui, esgotando-se a sua
grandeza própria nesta mesma contribuição –, acabará com o fim
do universo material. Terá, deste modo, razão Fernando Pessoa,
quando fala de «cadáver adiado que procria»,2
mas que procria para um nada de sentido, num universo cujo fim último
é ser cadáver, entropicamente gerado. E mais nada, absolutamente.
A tentativa de resposta a esta
questão – ou de fuga a esta questão, se se preferir – foi dada
através da intuição
– para quem a teve, e muitos houve que a não tiveram – de uma
forma de vida, dita inteligente, espiritual,
que perpetua o que foi a vida biológica comum. O sentido da vida
salva-se através da presença na vida – mormente na humana – de
uma dimensão trans-física-material que permite uma sobrevivência
memorial-agente do
que fora a vida bio-espiritual (a este propósito, é célebre a
defesa deste tipo de sobrevivência lógica feita por Platão, na sua
obra Fédon,
cuja leitura é sempre recomendável).
A biologia
A biologia fundada por
Aristóteles interessava-se, assim, por explicar o que era a vida, em
todas as suas formas, integrando dimensões materiais e imateriais. O
seu esforço de classificação, de sistematização, de recolha o
mais universal possível e de relacionamento das diferentes formas de
vida, de testemunhos relativos a aparentes formas de vida anteriores
permitiu manter vivo o interesse pelo tema durante mais de dois mil
anos.
Durante estes dois mil anos, a
especulação sobre a vida em seu sentido biológico-científico
assentou sobre as descobertas aristotélicas. E apenas muito
recentemente se verificaram modificações fundamentais no estudo
biológico-científico da vida. A grande transposição não se
verificou ao nível de uma passagem de uma biologia qualitativista
para uma biologia quantitativista, mas, sim, ao nível da integração
do estudo da biologia no âmbito mais vasto de estudos físicos mais
latos, nomeadamente ao nível físico-cosmológico e ao nível
bio-médico. É a este último nível que a bioética vai relevar.
Os grandes avanços da
biologia registaram-se na relação com a arqueologia e com a
cosmologia (astronomia, astrofísica, física quântica e
relatividade), por um lado, e com a aplicação médico-científica
(vacinação e estudo da origem da vida), por outro.
Muito brevemente, podemos
afirmar que a especulação acerca da origem cronológica da vida bem
como da sua origem substancial permitiram à biologia um novo fôlego
epistemológico.
Quando teria sido criada a
vida? Quando teria sido criado o mundo? Estas perguntas mobilizaram
muito do pensamento especulativo e muitas outras pessoas mais
dedicadas à investigação natural do que à mera especulação
literária ou livresca. De entre estes últimos, salientam-se os
fundadores da moderna paleontologia que, de martelo em punho,
vagueavam por escombreiras e turfeiras, em busca de restos antigos de
formas inequivocamente associadas à vida, a formas de vida que já
se sabia serem muito antigas. Mas quão antigas?
Uma interpretação literal da
Bíblia
dava um número de muito poucos milhares de anos desde a criação do
mundo. As descobertas arqueológicas dos paleontólogos (e dos
geólogos) mostravam, sem margem para dúvida, que as camadas mais
profundas, plenas de achados monumentais de formas de vida
ancestrais, eram muito mais antigas do que tal interpretação
poderia permitir calcular; podiam atingir milhões de anos.
Por outro lado, se o sol
tivesse a idade suposta pela interpretação literal da Bíblia,
a sua produção de calor poderia ser explicada através dos modos
então conhecidos de produção de calor, por exemplo, através da
queima de algo semelhante ao carvão. Mas, se fosse antigo de milhões
de anos, não era possível saber que «combustível» utilizaria,
pois, por exemplo, um sol de carvão mineral só «arderia» poucos
milhares de anos, nunca milhões. Mas, então, como se teria criado e
sustentado a vida, se os paleontólogos tivessem razão?
Apenas com as descobertas da
física atómica intra-nuclear, com as contribuições da física
quântica de Planck e da física relativista de Einstein, foi
possível encontrar uma modalidade de produção de energia, de que o
«calor» do sol faz parte, que pudesse justificar uma existência
solar de muitos milhões de anos, que permitia, por sua vez, explicar
a presença de formas de vida também com muitos milhões de anos no
planeta Terra.
Esta longevidade do sol e do
sistema solar permitiu encontrar tempo suficiente para formas
evolutivas como as propostas por Darwin ou Wallace. A descoberta de
Mendel do esquema base da hereditariedade físico-biológica forneceu
o sistema lógico-material-mecânico que permite a variação
onto-biológica que suporta toda a evolução biológica.
Assim, a vida ganhou uma
dimensão temporal e uma profundidade cosmológica no seio desse
mesmo tempo que não poderia ter tido anteriormente. Por outro lado,
pareceu ser possível reduzir toda a dimensão da vida a uma mera
combinatória material, mormente determinada por anti-mecanismos
totalmente casualistas.
A espantosa aventura
técnico-científica que foi a descoberta e aplicação da vacinação,
primeiro (Jenner), e, depois, o estudo feito para perceber a forma
como a vida se gerava, na ligação com a luta contra certas doenças
(Pasteur), constitui um capítulo fundamental quer para biologia como
tal quer para a bioética.
Até que ponto as formas de
vida, aparentemente mais díspares, estão relacionadas entre si? Que
laço ontológico vital fundamental pode haver entre este rapazinho
doente com varíola, uma vaca e a doença que o ataca? Foi a resposta
a esta questão que permitiu a Jenner desenvolver a vacina,
precisamente porque o que liga os três elementos da pergunta é a
mesma vida, na forma do vector da doença, um «micróbio»
(literalmente, «pequena vida» cuja existência estava provada desde
a observação de tais “animálculos” minúsculos feita por
Leeuwenhoek).
É a vida que é causa deste
tipo doenças; mas é também a vida que pode ser o possibilitador do
combate contra ela, usando a vida como processo vital, humanamente
favorável, para combater outros processos vitais humanamente
desvaforáveis.
Então, a
vida é algo que percorre todo um conjunto aparentemente díspar de
seres como propriamente isso que os une e que permite a sua
inter-agência.
Quer isto dizer que é tão
vivo, tão «vida», o vírus da varíola, no seu modo próprio,
quanto eu, no meu modo próprio, enquanto precisamente vivos. Há
algo de inapreensível que me une ao vírus e que não me une a um
cristal de quartzo (embora haja outras facetas que nos são comuns).
A vida não é algo mágico, a
doença não é algo mágico, a saúde não é algo mágico. São
formas de a vida se dar e de a vida estar. Formas que transcorrem
todos os seres vivos, enquanto vivos. Formas que não se encontram em
mais forma alguma de existência.
Ora, a vida é mesmo
qualitativamente diferente e mesmo diversa do restante ou não?
Pode-se passar de uma forma
totalmente inanimada à vida, como se pode passar da vida a uma forma
totalmente inanimada?
A vida é um "actus"
de espontaneidade da matéria?
E, se é, é comum, quer
dizer, a vida está constantemente a surgir do nada de si própria ou
necessita de uma qualquer forma de vida de que derive?
Esta interrogação causou uma
profunda e vasta polémica, havendo quem defendesse a chamada
«geração espontânea» e quem defendesse a sua impossibilidade.
Como é óbvio, apenas a realidade concreta pode destruir uma tal
polémica.
Quem realizou a experimentação
definitiva sobre este assunto foi Pasteur, que, através do processo
de esterilização que recebeu o seu nome, a pasteurização,
eliminando toda a presença de formas de vida das amostras e
isolando-as absolutamente do meio ambiente, impossibilitou o
desenvolvimento de qualquer vida, pois toda a amostra estava sem
vida,
biologicamente inerte.
Nas amostras não
esterilizadas ou não isoladas do meio ambiente, surgiram quase
imediatamente manifestação de presença de formas de vida. A
conclusão é evidente e mantém-se.
Note-se que a sua manutenção
tem tido um papel fundamental no que é o progresso das boas práticas
de saúde não apenas em meio curativo, mas em tudo o que a higiene
geral implica. Esta possibilidade (e a sua obrigação) tem um papel
determinante em termos de ética relativa à saúde e à vida, em
bioética, portanto. De notar, desde já, que muitas das questões
ditas de bioética não passam de questões protocolares relativas a
boas práticas, que são apenas de natureza mecânica, e não
deveriam sequer povoar o âmbito da bioética, por não terem
dignidade para tal: bastaria, para tanto, que os sujeitos envolvidos
fossem bons profissionais.
De um ponto de vista bioético,
estas questões foram resolvidas definitivamente há já muito tempo,
pelo que o seu ressurgimento é lamentável, prova de uma profunda
estupidez teórica por parte dos profissionais que promoveram tal
retrocesso, prova de que, em ciência, nas suas relações com ética
e política, nada há de definitivamente adquirido, tendo de se
exercer uma permanente atenção teórica para que não se percam
conquistas preciosas para o bem da humanidade.
Com as experiências de
Pasteur, a biologia obteve resposta, pela negativa, a uma pergunta
fundamental, a da origem da vida: de ordinário, não há vida que
não provenha de uma outra qualquer forma de vida já existente.
Assim, resolvida esta questão
fundamental, restava como questão fundamental apenas esta outra:
qual a origem primeira da vida?
Todas as outras questões são
ancilares ou meramente descritivas de processos cuja explicação
última reside na resposta a esta pergunta fundamental. Ora, a
biologia hodierna, na sua esmagadora maioria, vive da e na tentativa
de resposta quer à grande questão enquadrante quer às milhentas
questões pragmáticas da investigação aplicada ao dia-a-dia.
A resposta à «grande
questão» tem tomado, cada vez mais, foros de tipo filosófico e
teológico, parecendo que a biologia quer responder ao mistério
último do ser através da resposta à origem primeira e última da
vida, querendo, assim, substituir-se a filosofias e teologias como
explicador universal de tudo (a própria cosmologia científica
parece querer deixar-se dominar por uma tal ambição, deixando para
si mesma um papel ancilar relativamente ao papel da biologia).
Por outro lado, o grande
esforço científico da biologia destina-se não à resolução mais
ou menos especulativa do sentido biológico da vida e do universo,
mas ao serviço de grandes complexos de poder instituído, seja este
político, político-militar ou político-económico.
As bio-tecnologias parecem
imperar, na feitura cada vez mais apressada de um «bravo mundo
novo», em que o poder político possa ser estendido à manipulação
da própria matriz lógico-informacional da vida, o que permitirá
abrir as portas (na realidade, já estão escancaradas) a toda uma
produção de monstros biológicos, o que, após a derrota da
Alemanha nazi e do Japão militarista e da queda do Muro de Berlim,
se pensava ser estranha coisa presente apenas nas mentes de Lucas e
Spielbergs, mas que irão muito brevemente ser as grandes questões
«bioéticas» do futuro.
A desumanização da vida, em
suas infinitas possibilidades, será a grande temática bioética que
irá eclodir com redobrada força num futuro muito breve,
acrescentando dificuldades fabricadas a um mundo de tomada de decisão
vital que já é naturalmente muito complexo e complicado.
(Para uma visão diferenciada
do que é a biologia, recomendamos o artigo «Biologia», in
Enciclopédia
interdisciplinar de ciência e fé. Cultura científica, filosofia e
teologia, Lisboa,
Editorial Verbo, 2002, pp. 244-254; sobre ciência e bioética, ver
nossos artigos:
http://www.lusosofia.net/textos/pereira_americo_da_essencia_da_ciencia_notas_reflexivas.pdf
e http://www.lusosofia.net/textos/pereira_americo_bioetica.pdf).
Américo Pereira
Outubro de 2017
1
Mesmo nos relatos místicos, é difícil escapar à narração ou
descrição de isso que se experimenta diferentemente como algo de
vital ou de analogicamente vital, pois a única forma comparativa
experimentada que não diminui a dignidade do novo experimentado é
a mesma vida.
2
PESSOA Fernando, Mensagem, Lisboa, Ática, 1979, poema «D.
Sebastião. Rei de Portugal», último verso, p. 42.